Um estudo publicado pela consultoria HTF Market Intelligence projeta um cenário positivo para o setor de hotelaria, em termos de aumento de clientes e faturamento. Trata-se do segmento de turismo do sono, incluído na área de bem-estar para turistas. A importância de ter momentos de autocuidado e descanso, está levando pessoas a procurarem por esse tipo de serviço.
A empresa destaca ainda que em 2023, houve crescimento global de 8% no modelo de negócio, registrando faturamento de US$ 641 bilhões. A projeção para os próximos cinco anos é de que essa média alcance US$ 1 trilhão.
No Brasil, a procura também aumentou e conforme um levantamento feito pela plataforma Booking, 58% dos turistas afirmaram que desejam viajar para dormirem melhor, enquanto 54% querem viajar sozinhos.
Inicialmente, é preciso esclarecer que o turismo do sono é definido como uma viagem planejada para que o usuário fique isolado da rotina atribulada. Vale destacar que é um nicho de mercado ligado ao turismo de bem-estar, com motivações que vão do exercício da saúde mental até o simples desejo de sair da rotina familiar.
A coordenadora do Programa Senac Turismo do Senac SC, Carla Vieira Lopes, esclarece que o mercado turístico nacional está reagindo com agilidade em relação à demanda do segmento.
“Os meios de hospedagem estão investindo no que há de melhor para atrair esses clientes potenciais. Entre os fornecedores mais procurados estão, camas mais confortáveis, enxovais novos e iluminação adequada para quem deseja tranquilidade”.
Quais os destinos e acomodações procuradas pelos hóspedes?
De acordo com Carla Lopes, os destinos variam de acordo com a região onde os turistas moram. Normalmente, o público se desloca dos grandes centros para locais mais tranquilos, como por exemplo, pousadas rurais, hotéis boutiques, resorts, entre outros.
“Os hotéis localizados na área urbana também estão encontrando soluções para atender os usuários, e para isso, apresentam o diferencial da sofisticação dos quartos. Lembrando que o objetivo do turismo do sono é proporcionar a higiene do sono em um ambiente tranquilo e sem ruídos. Além disso, a empresa de hospedagem deve ter uma atenção especial com a temperatura e luminosidade do local”, ressalta.
Carla acrescenta que, avaliando a perspectiva psicológica do negócio: “as pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde mental no pós-pandemia. De fato, é incontestável a importância e os benefícios para corpo e mente de uma noite bem dormida. Há todo um estudo da medicina do sono para colaborar com esta tendência do turismo”.
A especialista reforça ainda, que o perfil do hóspede nesse segmento é mais exigente do que os convencionais. Para esse público, os itens que determinarão uma reserva são: qualidade do cômodo, cama, colchão, travesseiro, demais itens do enxoval, janelas antirruídos e até iluminação.
Em relação aos aparelhos eletrônicos, a televisão e demais itens que possam ter ruídos sonoros não fazem parte do mobiliário, de modo que o turista mantenha o foco no sono de qualidade. Por outro lado, aumentou a procura por hospedagens que tenham: quartos com banheiras, jacuzzis, ofurôs e serviços de SPA com sauna e massagem.
“Na linha de serviços, há estabelecimentos que ofertam chás naturais, meditação, culinária funcional e essências que conduzem a um sono mais tranquilo. Porém, mais do que isso, os hóspedes querem “aprender a dormir bem”, pontua a coordenadora.
Setor nacional está preparado para o turismo do sono?
Ainda que o segmento de turismo do sono seja novidade para muitas pessoas, o setor de hotelaria está aperfeiçoando os serviços, a fim de conquistar mais clientes. Na plataforma Booking é possível encontrar hospedagens especializadas em vários estados, por exemplo: Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Outro dado relevante apresentado pela plataforma internacional é um planejador de viagens com IA da Booking, ou seja, uso da inteligência artificial para agilizar e personalizar a pesquisa de destinos com serviços como o turismo do sono. Segundo informado pela empresa, os turistas brasileiros são a 5ª nacionalidade que mais utilizam a tecnologia.
Atualmente o valor cobrado pelas empresas ainda é considerado alto, porém uma pesquisa divulgada pelo Sebrae, revela que o serviço de hospedagem não precisa ser 100% especializado para receber esse público. Desse modo, os pequenos e médios negócios podem desenvolver um plano de negócios e investir aos poucos.
Por isso, é importante acompanhar as pesquisas e conteúdos sobre o segmento, a fim de encontrar uma hospedagem que atenda as necessidades físicas e financeiras do consumidor. Carla Lopes compartilhou algumas dicas para os interessados em programar uma hospedagem em turismo do sono, confira:
– Procurar uma hospedagem que já tenha sido avaliada por este segmento de mercado para não ter surpresas desagradáveis, isto é, tenha uma boa reputação;
– Garantir que além de estrutura a hospedagem oferte serviços específicos para a sua tranquilidade, privacidade e comodidade;
– Aprender sobre a higiene do sono nestas oportunidades para a experiência se conservar por mais tempo no seu retorno para casa.
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